Talvez seja por isso que cada final dói como da primeira vez. Isto é, nós não somos a mesma pessoa que éramos em tempos. Cada novo rompimento é uma primeira vez. O nosso novo “eu” sente aquela mesma dor pela primeira vez...
Let go. Mas deixa ir de uma forma diferente. Não é largar os teus sonhos, porque não estão a correr como querias. Não desistas deles, desiste sim da forma como os tens encarado até aqui. Larga o medo que te corrompe a cada vez que pensas nas falhas que poderão ocorrer, da dor que poderá advir do “se”. Deves largar o teu conceito do que os outros irão pensar de ti. No fundo tudo, absolutamente tudo o que fazes recai no que os outros irão pensar. Volta-te para dentro, pensa no que tu irás pensar. E não, não o fazes ainda. Pensa bem. Avalia bem. Pára, respira e começa a testar-te. Quantas vezes te preocupas em não ir pela direita porque se fores pela direita saberás que vais ser julgada? Quantas vezes te apoias no teu medo para justificar uma acção que apenas irá corresponder à ideia que tu achas que os outros poderão vir a fazer de ti. Geralmente termina em ires pela esquerda, como todos os outros, porque és tão recta, tão fenomenal terás de corresponder a concepções alheias. É só quando, realmente, te apercebes que a visão que os outros têm de ti não define aquilo que tu és, que te soltas e a concepção de realidade ganha todo um novo sentido.
Experimenta, deixar ir concepções, medos e preconceitos que tu criaste na tua própria vida, para a tua própria vida e verás que tudo fluirá de forma bem mais natural.
“Achas mesmo que é necessário usar da tua arrogância e perderes tempo com pessoas com as quais não vais à bola. Porra, eu não, eu sou mais de desprezar e seguir caminho. Acho-me muito mais superior agindo dessa forma, do que tendo a necessidade de dizer algo a quem não suporto”.
Ouvi conselhos da minha sábia tia... E acalmou-me ainda mais, deram-me alento. Foi-me pedida a promessa de não voltar a chorar. Disse que não prometi, mas que ia tentar lembrar-me do que me foi dito. Estava a precisar disto!
Depois da notícia, de passar a noite a soluçar qual criança, só ela foi capaz de me acalmar...
A sua preocupação com o meu estado (é que hoje doía-me mesmo o coração, tanto no sentido literal como figurado) foi o catalisador para que a conversa se desenvolve-se. Expus as minhas dores e ela fez o seu papel na perfeição... E por isso só posso dizer obrigada. Obrigada à vida por, apesar dos seus percalços e contratempos, até dá-me várias razões para sorrir...
A Sô Dona Maria, minha mãe, será, sem qualquer dúvida, um maravilhosa sogra!
Nunca vi ninguém tão compreensivo com os filhos dos outros, tão correcta no que a opiniões diz respeitos, tão assertiva ao não colocar-se na vida dos filhos.