...
O dia em que descobrires a subtil diferença entre deixar ir por raiva, deixar ir porque achas que mereces algo melhor ou o deixar ir porque na verdade já não queres, nesse dia saberás o que é ser livre.
Quem me lê pensará que é tudo o mesmo mas não. Deixar ir por raiva é quando sentimos que dói mais do que faz bem. Infelizmente nesta fase, ainda gostamos, ainda amamos demasiado e a raiva ajuda apenas a dar o primeiro passo. O pior é que resulta numa recaída, resulta sempre (ou então és estupidamente teimoso/orgulhoso e ficas com algum recalque para o resto da vida). Já o deixar ir porque nos começamos a aperceber que realmente aquela pessoa não vale a pena, é um passo seguinte da mesma escada, já o fazes com um pouco mais de amor-próprio, já entendeste que ali não é o caminho. É a fase em que abres os olhos e avistas a possibilidade de trilhar um caminho mais teu. A chatice é que o sentimento continua lá, por mais que mascares, por mais que não o queiras ver, ainda lá está aquela sensação de que “ah, ao menos se ele mudasse…” e continuas em frente com uma vã esperança no “e se”. Até que há um dia, aquela manhã de sol e luz interior em que sentes que já não queres. Este não querer não é forçado, não é orgulhoso, muito menos é um não querer vingativo. É uma sensação pacífica de que não precisas mais daquela relação, objecto ou o que for, que te mantém ali agarrado, preso no tempo e que não te deixa evoluir. È o momento em que te soltas dessa âncora e segues em frente de verdade. Aproveita esse momento de libertação ao máximo, acredito ser dos poucos momentos realmente pacíficos que temos. Porque o apego, volta, volta sempre mais ali à frente. Só que a partir do momento em que descobres estas diferenças, sabes que desapegar da próxima vez será apenas uma questão de tempo… Cada vez menos tempo!