O compromisso que assumi
De há uns tempos tenho vindo a ficar cansada desta vida sem qualquer valor que vejo acontecer dia após dia a minha volta. Estamos todos demasiado entretidos com os problemas pessoais para sequer levantar a cabeça e querer procurar uma solução real. Corremos atrás de sonhos irreais e materiais sem sequer dar conta que esse não é o caminho. Hoje em dia temos uma ferramenta poderosíssima em mãos para procurar informação e comprovar por nós mesmos aquilo que é real ou não.
Em tempos achei que devia ter cuidado com a internet porque a informação é tanta que facilmente poderia cair no erro de seguir a informação errada. A partir do momento em que entendi que os média nunca (ou raramente) nos dão a informação de forma total e imparcial comecei a pesquisar e a abrir todo e qualquer link com a mente aberta - o mundo transformou-se. O que aprendi tem-me levado a crescer em diversos sentidos, tem-me tornado mais humana e deu-me a certeza de que é proposital este status quo, esta vontade de que não sejam colocadas questões que realmente importem.
Demasiadas pessoas seguem o script da vida, trabalham num trabalho que detestam, convivem e desenvolvem relações interpessoais com pessoas que não gostam, deixam de realizar sonhos profundos para pertencerem ao grupo, ao nicho que idolatram, que acreditam ser melhor. Porquê?
Actualmente, tem sido uma luta manter-me no trilho do que é espectável da minha pessoa. Não me consigo identificar com a grande maioria do que vejo por aí e fico realmente triste quando alguém que me é querido está tão embrenhado em questões secundárias que não consegue olhar para o real problema.
Então resolvi tentar mudar, aos poucos, certas atitudes. Já há muitos anos que não vejo telejornais, já há muitos meses que a minha televisão só se liga para ver certos desenhos animados (e infelizmente dois programas realmente maus já que os EUA são exímios neste tipo de programação e eu não consigo recusar), estou mais empenhada em chamar à atenção todo aquele que tenta mascarar qualquer forma de preconceito de piada, parei de utilizar o facebook de forma tão egocêntrica proveitosa, por cada post com alguma coisa leve, alguma piada ou gatinhos bonitos tento partilhar pelo menos o dobro de verdadeira informação, de denúncia de casos que estão a acontecer a cada segundo, de formas de poder melhorar a humanidade, ainda que a passos mínimos. Tenho mais ânsia de debater questões pertinentes e já não suporto questões superficiais, ver publicidade de marcas, carros, vestuário, por exemplo, tornou-se um suplicio. Começo a afastar-me de quem prefere se manter ali, na mesmice. Agarro-me com unhas e dentes a todos os amigos que vejo que têm esta ânsia de crescimento.
Foi este o compromisso que assumi comigo mesma, o de fazer o que estiver ao meu alcance para me tornar todos os dias um ser humano melhor, de ajudar quem me rodeia a se melhorar também mesmo que seja com pequenos pedaços de sabedoria, pequenas inspirações que surgem das formas mais inusitadas.