Desconcentra-me!
Estava aqui entretida com as tarefas do dia, ia cumprindo-as de forma mecânica mas atenta, até que me bateu forte. A tua imagem, a nossa imagem, a sorrir um para o outro. Esta imagem minha, qual criança a desvendar um mundo que desconhece, a olhar para ti e a tentar desvendar o que era “isso”. “Isso” que me fazia sorrir, admirar-te e sentir-me atraída. Se passaria pelo castanho dos teus olhos, ou por qualquer outro traço. Sem uma resposta concreta, limitei-me a apreciar a beleza não da cor, mas do todo, até que da minha boca se soltou um “Tens uns olhos bonitos”! O terno sorriso que vi surgir confirmou que o “isso” é indefenido. Sinto-me atraída porque sim, porque vejo a beleza sem sequer a conseguir descrever. E com todos estes devaneios, desconcentro-me do mais importante e volto a sonhar acordada, a recordar o que foi, que foi tão bom!