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(+) Uma maluca que julga ter juízo

Desabafos e bocados do que vou (vi)vendo...

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Desabafos e bocados do que vou (vi)vendo...

Do carnaval

Hoje ao entrar no autocarro de sempre, durante o percurso de sempre entrou aquela linda menina de sempre. Ela deve andar pelos 6 ou 7 anos.  É mesmo bonita e simpática e, principalmente, bem educada  (a característica que mais valorizo numa criança). Essa menina tem um sorriso mesmo doce. Daqueles sorrisos que só as crianças têm. Hoje esse sorriso estava ainda melhor. Notava-se a alegria dessa menina ao envergar uma fatiota de índia, até alguma vaidade. Ela sabia estar bonita, e o comentário e atenção de uma conhecida fez com que essa mesma vaidade se evidenciasse. Talvez por ser um dos seus sonhos, interpretar as índias que vê nos filmes, ou então por ter a oportunidade de ser como que uma versão da Pocahontas. Ou então o simples gosto de poder utilizar algo além da roupa vulgar de todos os dias. Não sei o motivo de tal alegria, apenas sei que hoje, aquela menina, fez-me lembrar a minha infância e a felicidade que era existir um dia em que poderia mascarar-me, quer fosse de princesa, de bailarina, ou de dama antiga (a minha melhor fatiota de sempre). Lembrei-me desses momentos da escola em que aguardávamos pacientemente a hora de ir desfilar pela localidade. Isso e passar o resto do dia a fantasiar um pouco mais, como sempre, mas desta vez vestida a preceito. O que interessava é que era um dia diferente, alegre. Com o passar do tempo o gosto pelo carnaval tem vido a diminuir, voltei a mascarar-me meia dúzia de vezes, pregava algumas partidas apenas e só a quem estivesse na mesma onda do que eu, amigos e colegas de escola. Falo de balões de água e pouco mais, nunca gostei, por exemplo, de atirar ovos como via fazer, até porque sempre me ensinaram a não brincar com comida e para mim aquilo era um ultraje. Nunca levei à letra a expressão “é carnaval ninguém leva a mal” porque apesar de tudo sempre tive muito presente a ideia de respeito para com o próximo, e claro que há aqueles que disto se esquecem, faz parte!

Continuei a crescer e noto que cada vez mais me passa ao lado. Mas não desgosto. É uma festa, mais uma desculpa para as pessoas se soltarem e esquecerem das chatices do dia à dia. Se faz parte a ideia de disfarçar-se de algo, sem que para isso seja julgado por terceiros, porque não?! Essa vontade de fantasiar nunca nos abandona, está impressa e se há um dia, um local, ou um momento em que tal possa ser exposto, porque não?

Com tudo isto, digo que não abomino o carnaval. Dificilmente vejo-me a fazê-lo, e a sua maior razão é a de que este me recorda dos tempos em que eu tinha um sorriso igual ao daquela menina do autocarro...

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