32 yupi
Pensei seriamente se viria aqui ao cantinho escrever algo mais pessoal, tenho tentado ser um pouco mais vaga no que aqui deixo mas cheguei à conclusão de que o devo fazer. Pois então, comecemos pelo meu grande 31...
Olhando para trás os meses que antecederam Julho estão turvos de tanto que a minha vida se tinha tornado na mesmice. Foram meses de chutar o balde e arregaçar as mangas para mudar de uma vida que não mais se assemelhava a um futuro que quisesse para mim. Foi procurar a saída, encontrá-la fora do país, fazer as malas, despedir-me de tudo (inclusivé da minha casinha, que deus a tenha) e pôr-me a caminho. Fácil, não foi, nunca é mas tive sempre em mente que acreditava que era o melhor, E foi. Muita desta minha teimosia me demonstrou o que já sabia, a maturidade chegou.
O verão, aquele momento do ano que me deixava no auge, chegou muito morno, deixando-me à espera do início da aventura. Foi com o verão que tive certeza que a minha vida me puxava noutra direcção. Chegou Agosto, uma viagem de avião super tranquila, com direito a lounge executivo (ser chique afinal é mesmo bom) aterrar sozinha num país onde a língua é de tal forma estranha que durou 4 meses a familiarizar-me com o seu som, em que sabia que se algo me acontecesse não teria ninguém para me vir acudir. Oh well, sem medos. Tratei de tudo o que havia para tratar e instalei-me.
Início de curso da melhor maneira, novas pessoas, novos colegas, nova realidade. Encantada com o desconhecido, senti-me rejuvenescer aos poucos. Dores que tinha constantemente comecei a reparar que desapareciam, literalmente um peso foi levantado das minhas costas (somatização, eras tu?). E aquilo para o qual não estava preparada deu-se. Conheci, sem querer, uma pessoa que abalou o meu mundo, que me restituiu toda a esperança no mundo em geral, e nos homens em particular. Uma pessoa que se tornou o meu porto seguro, o abraço aconchegante e protector, a pessoa que me ajudou no meu pior momento do ano. Não é toda a gente que fica do nosso lado após uma cirurgia, que fica do nosso lado enquanto combatia as piores dores que já alguma vez senti, que fica ali a limpar-me as lágrimas de dor e a ser o meu enfermeiro 24/7. Aquela pessoa que se senta e que toma decisões de uma vida, decisões que têm de ser tomadas a dois e não foge da responsabilidade. Encontrei-o e 5 meses depois ainda me custa a acreditar. Tudo foi muito fácil e ao mesmo tempo muito conturbado! Tive de desapegar mil vezes e de cada vez que o fazia recebia de volta em dobro.Aquela pessoa que me mostrou que realmente era isto que procurava em outros sitíos, tão desnorteada que andava. Bom, e sobre ele é só, o futuro a Deus pertence e a minha prioridade é a pós-graduação...
À excepção da situação de saúde, tudo tem sido maravilhoso. O natal e passagem de ano foi em família, apercebendo-me de que tenho o coração dividido, que agora tenho dois lares e foi complicado gerir este sentimento. Foi um ano em que a minha bússula apontou para o meu Norte que ficava realmente mais a Norte , que era isto e que a intuição não falha se a soubermos ouvir.
Já os 32 entraram de mansinho, uma noite iniciada com as colegas de dormitório/curso, com conversa boa, vinho rosé saboroso e bolo de anos Daim, com todos os amores longe de mim, senti-os muito perto.
Pedi os meus 5 desejos (piada privada), que sei que se irão realizar, pude despedir-me das meninas e ainda deu para ficar alegre (e cheia, jesus, tãaao cheia) como que em modo prenúncio, certo? Acordar com a rua branca de tanta neve, ouvir os que amo a dizerem que sou especial (mimos, adoro) e uma mensagem especial, com um inglês carregado de sotaque docinho vinda da outra parte do mundo...
Há um ano os pedidos foram todos atendidos, a ver se este ano repito a peça.
E é assim, só coisas boas que me têm acontecido (as más não chegaram sequer para abalar a balança). Siga para mais um ano de muita alegria, muitas conquistas, muito conhecimento e muito, muito amor.