Sou repetitiva
Quem lê este espaço já se deve ter dado conta disso mesmo. Repito pensamentos, sentimentos e frases com alguma frequência. Afinal são a minha essência. Daí que reler alguns pontos deste espaço torna-se engraçado até para mim. Apesar de tudo, as minhas convicções e sonhos são os mesmos, e de há uns anos a esta parte, cimentaram-se ainda mais.
Peço o mesmo sempre, não sei o que pedir que seja melhor, os meus desejos são tão repetitivos. Contudo, hoje apercebi-me de algo que me faz ponderar na minha crença no destino. Aquele pedaço de nós que quer acreditar em algo maior, pois não consegue arranjar justificação válida, é posto à prova. Reparamos que, talvez, as pessoas colidam e até encaixem, porque é assim que deve de ser, é assim que é suposto. Num mundo hipotético, quem sabe e a história de dois (ou mais) seres entrelaçarem as suas vidas, seja obrigatório. Para crescimento a vários níveis. A dor que daí possa advir, o amor, a consciencialização até do próprio individuo, tanta e tanta coisa. E penso também que, nos desígnios que ninguém entende, haja um momento em que te cruzas com AQUELA pessoa, e que, apesar de tudo, ainda não seja a vossa hora.
Essa ideia mais romântica até da vida, por vezes, é procurada por mim e qual não é o meu espanto, quando verifico ao olhar para trás situações que fortalecem estes devaneios. Desde o ínicio, e apesar dos sentimentos serem dos mais sinceros de parte a parte, o destino sempre arranjou maneira de nos manter afastados. Como ele diz, “a vida encarregou-se de nos afastar à força”. Ora por insegurança, ora por saúde, ora por questões profissionais... Caramba, se o conceito de destino for real, por alguma razão ele mostrou e demonstrou que “eu e ele” não era suposto ter acontecido, não naquela altura. E nós escutámo-lo. Custou, mas teve de ser, e o pior é que agora olho para trás e apercebo-me que foi realmente o melhor!
O caminho trilhado o ano que passou foi uma forma de me permitir vislumbrar novos horizontes, perceber que a jornada que julgava acabada ainda ia a meio, que tinha questões por resolver, desta vez mais profundas do que eu sequer me poderia recordar.
A vida tem meandros singulares e embora eu viva neste momento curiosa com o que ainda aí possa vir, a verdade é que, cada vez mais e com cada vez menos resistências (ao contrário do que tem sido até aqui), deixo-me embalar e faço como o outro apregoava na sua música “deixa a vida me levar”!