O que é que eu estava à espera?!
Dois anos da minha vida foram passados a conhecer uma pessoa, a estabelecer um elo demasiado forte para ser explicado. Durante dois anos adormeci e acordei a pensar nessa pessoa, temi pela sua vida, preocupei-me genuinamente. Senti o retorno da preocupação e do sentimento. Senti a dor que a distância física provoca, senti o coração arranhado quando me apercebi que o melhor seria distanciar-me de vez. E tentei, tentei arduamente, mas o universo assim não o quis e voltou a juntar-nos. E mesmo quando depois de mais um ano distante, mas ainda assim perto, apercebi-me que estava na altura de deixar ir de vez. Não deixei de sentir o carinho e amor que tanto nos caracteriza.
Com tanto sentimento não poderia esperar que, do dia para a noite, deixasse de me preocupar. O contacto efémero (e necessário) às vezes magoa-me, muito pela minha necessidade de controlar. E é dessa necessidade de controlar e da sensação de que não o posso fazer que as lágrimas aparecem. Só por isso! Porque sinto-me perdida e por momentos esqueço-me que foi este o caminho que escolhi. Por momentos tive medo de que as lágrimas tivessem outro significado, mas sei que não, cá dentro é claro como água. No final é simples, muito simples. E talvez seja devido a essa simplicidade que a sensação desaparece tão rápido como chega. A dor, a confusão, o desalento são passageiros. E só consigo verificar isso, porque após meses de aprendizagem, começo a saber identificar pequenas nuances da minha pessoa. Detalhes que são tudo, que me confirmam que o caminho é este. Dói, ainda irá doer porque não sei se a distância física irá tornar-se algo maior (e perder acima de tudo um amigo dói, custa). Mas sobre isso não tenho controlo algum… E deixo ir, liberto mais um bocado.
Diz que a vida é isto, ir aprendendo a melhorar. Só me resta ir aprendendo, melhorando a cada momento e enxugar as lágrimas que também fazem parte do aprendizado, que também fazem parte da vida.